terça-feira, 10 de maio de 2011

PRANTO

Permita que eu feche os meus olhos,
pois é muito longe e tão tarde!
Pensei que era apenas demora,
e cantando pus-me a esperar-te.

Cecília Meireles em “Serenata”.

Esperei-te tanto que meu canto
de esperar-te, adormeceu
no leito do caloroso pranto
esperando os beijos teus

Esperando o suspiro da volta,
o carinho do teu corpo,
encostar-me em tua escolta
e com ela chegar ao topo.

Mas ao topo, sangrando, cheguei
da minha fiel e insana paixão,
que ao mundo meus olhos cerrei
diante da desvairada e cruel multidão.

Nanda Braga

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