terça-feira, 20 de setembro de 2011

CERTAS NOITES

Tem certas noites
em que os dias são longos,
que as alamedas são açoites,
os campos são pastos
e os rastos, falhos dados.

Tem certas noites
em que a vida não passa
e a lua não se despede,
onde não tem choro nem risada
e os corpos não ardem em febre.

Tem certas noites
que a brisa congela
que a alma se talha,
que a morte se revela
e o tudo, no mais, é nada.

Tem certas noites
que esperamos somente um Fim
que desejamos somente um Sim.

Nanda Braga

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