Rogo à Deus que me arranque de uma só vez
toda aquela, inútil e sombria, avidez,
que me proteja de tuas falsas promessas,
do sorriso profano que me arremessas,
que me livre de todas aquelas esperanças,
de todas as, possíveis e sonhadas, alianças.
Mas como me deitar sem tua encosta,
sem tua boca em minha volta
e como continuar viver sem aquela outrora
que ainda me enlouquece e me devora,
se meu anoitecer ainda te clama e te espera
como o inverno aguarda a primavera,
se me sufoca o peito esse calor que não demora,
esse amor que não se liberta e nem se escora?
Nanda Braga
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