Como eu queria voltar naquele tempo
em que me achavas sutil e frágil
e me tratavas com tanta delicadeza,
com tanto afeto e acolhimento.
Mas hoje vivo em meu lamento
de um dia ter te deixado conhecer
a minha mais pura e cruel verdade:
Que sutil e frágil - nem o pensamento.
Nanda Braga
quarta-feira, 15 de junho de 2011
sábado, 4 de junho de 2011
MEMÓRIA
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Carlos Drummond de Andrade
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Carlos Drummond de Andrade
sexta-feira, 3 de junho de 2011
SÚPLICA
Rogo à Deus que me arranque de uma só vez
toda aquela, inútil e sombria, avidez,
que me proteja de tuas falsas promessas,
do sorriso profano que me arremessas,
que me livre de todas aquelas esperanças,
de todas as, possíveis e sonhadas, alianças.
Mas como me deitar sem tua encosta,
sem tua boca em minha volta
e como continuar viver sem aquela outrora
que ainda me enlouquece e me devora,
se meu anoitecer ainda te clama e te espera
como o inverno aguarda a primavera,
se me sufoca o peito esse calor que não demora,
esse amor que não se liberta e nem se escora?
Nanda Braga
toda aquela, inútil e sombria, avidez,
que me proteja de tuas falsas promessas,
do sorriso profano que me arremessas,
que me livre de todas aquelas esperanças,
de todas as, possíveis e sonhadas, alianças.
Mas como me deitar sem tua encosta,
sem tua boca em minha volta
e como continuar viver sem aquela outrora
que ainda me enlouquece e me devora,
se meu anoitecer ainda te clama e te espera
como o inverno aguarda a primavera,
se me sufoca o peito esse calor que não demora,
esse amor que não se liberta e nem se escora?
Nanda Braga
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