Hoje exclui todos os arquivos e pastas,
apaguei teu rastro e tuas tantas legendas,
varri todas aquelas informações contidas,
todas as fotos, todos os e-mails e poemas
Deletei de vez tudo que pudesse lembrar,
tudo que pudesse me fazer regressar
a um tempo de alegrias e tempestades
que minha memória pede que formate.
Não que me arrependa de tudo que escrevi,
de todos os sentimentos que, em disco, salvei.
Estarão sempre guardados em outras memórias,
em memórias não-voláteis que nunca apagarei.
Mas agora meu disco central pede mais espaço,
exige que eu desafogue e limpe o meu sistema
para que eu possa, no futuro, baixar ou salvar
outros arquivos, outras fotos e outros poemas.
Nanda Braga